Como declarar empréstimo no Imposto de Renda? Especialistas tiram essa e outras dúvidas

O Imposto de Renda é uma das principais obrigações do brasileiro. Mesmo sendo exigida todos os anos, ainda existem muitas dúvidas a respeito do que declarar. Além do atraso, as pessoas hesitam por não saberem detalhes de como deve ser feita a declaração, especialmente se, ao longo do ano, houve transações como empréstimos (a resposta é sim, eles precisam ser declarados).

Por isso, especialistas defendem que deixar para última hora é um risco, aumentando as chances de o cidadão não se atentar e cair na malha fina. Em 2023, no último dia de enviar a declaração, mais de 500 mil contribuintes não tinham concluído o procedimento, segundo dados da Receita Federal. Neste ano, a entrega poderá ser feita a partir de 15 de março e, se não for finalizada até a data limite, prevista para 31 de maio, pode gerar multas. 

Veja, a seguir, dicas importantes para preencher o IR 2024. Confira: 

Empréstimos devem ser declarados

Todo ano essa dúvida surge em meio à declaração do Imposto de Renda. Empréstimos que ultrapassem R$ 5 mil devem ser declarados, sejam eles pessoais, consignados ou até mesmo o cheque especial.

“Montantes inferiores aos R$ 5 mil estabelecidos pela receita não precisam ser informados. A partir desse valor, é obrigatório constar na declaração. Nesta categoria estão contemplados todos os tipos, incluindo aquela ajuda de parentes e amigos. Lembrando que as duas partes precisam informar a transação”, explica Thaíne Clemente, executiva de Estratégias e Operações da Simplic, fintech de crédito pessoal online.

Para fazer a declaração corretamente, basta clicar na opção Dívidas e Ônus Reais, no sistema do IR da Receita Federal, e declarar do que se trata o empréstimo. Também é necessário informar o CPF ou CNPJ de quem tomou, em quantas parcelas foi financiado e o saldo devedor até o dia 31 de dezembro de 2023.

 
“Em relação ao consignado, concentre-se nas informações das parcelas pagas, não no valor total do empréstimo. Utilize os documentos relacionados a esses pagamentos fornecidos pela instituição financeira”, explica Davi Aragão, consultor contábil e jurídico da iCred, fintech sergipana que facilita o acesso ao crédito e empréstimo pessoal.

Lembre-se das fontes de receita e despesa

Lembre-se das fontes de receita e despesa
Entre os documentos, inclua na declaração todas as fontes de renda, como salários, aluguéis e investimentos, se houver. “Esteja ciente também das despesas dedutíveis, como gastos médicos, educação, previdência privada, entre outras. Eles pode impactar consideravelmente no valor do imposto devido”, completa Davi.

Evite golpes

Em 2023, a Receita Federal emitiu alertas sobre fraudes durante o período de entrega da declaração. Um exemplo de tentativa de golpe acontecia via e-mail; nela, os criminosos utilizavam indevidamente o nome da Receita Federal, afirmando que ocorreu um erro na declaração e fazendo o uso de links maliciosos. A recomendação da instituição é não clicar em links suspeitos.

“É comum que os fraudadores utilizem-se da falta de instrução dos contribuintes, principalmente a população de faixa etária mais avançada, pois costumam ter menos familiaridade com ambientes virtuais. Fique sempre atento aos meios de comunicação oficiais da Receita, ao Centro de Atendimento Virtual (e-CAC) e ao site institucional. Para evitar que suas informações sejam usadas indevidamente, não acesse arquivos ou links duvidosos”, conclui Aragão.